Telecentros

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Com a disseminação das redes de computadores e, principalmente, com o aparecimento da Internet, ficou claro o impacto social das chamadas Tecnologias da Informação e Comunicação. Ao trabalhar e se comunicar por meio dessas redes as pessoas e as organizações transformam o modo como produzem, trocam e consomem bens materiais e imateriais. Abre-se para essas pessoas um enorme leque de oportunidades de negócios, trabalho, educação, cultura, lazer e relacionamento.Nesse contexto, para a concretização de conceitos como igualdade de oportunidades, cidadania, inclusão e justiça social e até mesmo a própria democracia (uma vez que um de seus principais pilares é o livre acesso a informação), é fundamental que o poder público garanta o acesso contínuo à estas tecnologias. Em São Paulo, Ricardo Montoro comandou o Programa Expansão Telecentro, inaugurando mais de 200 unidades de Inclusão Digital. Hoje a cidade conta com 346 unidades de inclusão que congregam mais de 1 milhão e 700 mil usuários cadastrados. São 740 mil acessos mensais e mais de 20 mil novas vagas em cursos de informática. Agora queremos que o programa seja estendido a todo o país.

O Programa de Inclusão Digital da Cidade de São Paulo tinha o propósito de garantir ao munícipe o acesso a equipamentos e aos meios apropriados de comunicação (Telefonia – Internet), de forma que o munícipe pudesse usufruir por completo dos benefícios trazidos pelas novas Tecnologias de Informação e Comunicação emergentes. Ao longo da fase inicial do programa, o principal conceito que o permeava era a garantia de acessibilidade digital do cidadão, pressupondo que o acesso seria condição necessária e suficiente para o atendimento aos objetivos desse Programa de Inclusão Digital.

Com o passar dos anos, a experiência adquirida pela Secretaria Municipal para Participação e Parceria apontou a necessidade de uma revisão de conceitos e objetivos do Programa dando ao conceito de inclusão digital nova amplitude e novos contornos. Em complemento ao papel dos profissionais habilitados e capacitados presentes nas unidades, passaram a ser ofertados nas diversas unidades de Telecentros cursos e oficinas voltados à inclusão e educação, visando um aprofundamento educacional ainda maior na esfera digital.

O sucesso dos cursos oferecidos, refletido na permanente ampliação do número de usuários atendidos, veio demonstrar que a inclusão digital é um relevante complemento aos programas de educação tradicionais ofertados pelo Município, dando assim ao Programa de Inclusão Digital um cunho sócio-educacional de notável importância.

Além do conceito de inclusão digital, os objetivos do programa passaram igualmente por intensas e relevantes adequações nos últimos anos. O objetivo de propiciar gratuitamente o acesso a equipamentos foi tornando-se cada vez mais abrangente e aprofundado, passando a versar sobre a empregabilidade na era da telecomunicação, a inclusão social e as novas formas de construção das redes sociais, refletindo assim o próprio caráter da construção da cidadania no século XXI e respondendo às modificações e aprimoramentos tecnológicos ocorridos no decorrer desses anos.

É nesse contexto que percebemos a importância de trabalhar em cada comunidade a realidade local, suas peculiaridades lingüísticas, sociais e culturais, partindo para uma ação que nos permita dar “um passo a mais” no caminho da inclusão social, pois esse passo não ocorre apenas com a mera reprodução de comandos e funções, mas com a possibilidade de transformar o ator local em protagonista da própria história, possibilitando a ele um entendimento que o permita produzir e trocar conteúdos diretamente relacionados à sua forma de ver o mundo. É esse formato crítico da utilização das Tecnologias que pode de fato levar ao conhecimento, a afirmação de identidades locais, trocas culturais, conhecimento do outro e finalmente a uma avaliação mais assertiva da realidade local.

Hoje, o número de usuários cadastrados nos Telecentros soma mais de 1,7 milhões de usuários e o quadro de profissionais locados nos Telecentros se aproxima das mil pessoas. A Cidade de São Paulo conta com mais de 360 unidades inauguradas, entre elas algumas de acessibilidade total, contemplando as pessoas com deficiência. Entre janeiro de 2008 e junho de 2010, esse trabalho nos permitiu contemplar 368.900 pessoas atendidas em mais de 38.000 turmas.

É flagrante a percepção de que o sistema financeiro, empresarial e os próprios governos vêm transferindo suas operações, trocas e produção de conteúdos através de meios eletrônicos e estar apartado desses meios é estar distante dos principais centros de decisão da sociedade.

Porém, é importante ressaltar que não é preocupante apenas a falta de acesso aos meios físicos como computador e internet, mas também a queda de diversas outras barreiras (lingüísticas, sociais, culturais ou cognitivas) existentes para a devida apropriação desse novo universo que detém suas próprias regras de funcionamento.

Pensando no acesso à informação e na própria liberdade de expressão, em uma unidade de Telecentro é possível expressar seus pensamentos, crenças, manifestações artísticas, culturais e científicas, procurar melhores possibilidades de acesso ao mercado de trabalho, requisição de certidões e pesquisas junto a repartições públicas, sendo também latente o potencial de pesquisa de informações e a utilização de serviços.

É dessa forma que a expansão e consolidação desse modelo de Inclusão Digital é fundamental para garantir e democratizar o acesso à informação em um país que carece cada vez mais de pessoas qualificadas para fazer parte do grupo das nações mais desenvolvidas do mundo.

Um comentário para “Telecentros”

  1. 25 de agosto de 2010 às 8:57 pm

    Camila
    disse:

    O Programa de Inclusão Digital da Cidade de São Paulo está de parabéns! Já precisei dos Telecentros em uma emergência e sempre fui muito bem atendida!

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